Ao realizar eleição direta para escolher o futuro chefe de Polícia (ou pelo menos indicar três nomes ao governador eleito, Paulo Hartung), o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Espírito Santo (Sindepes) estará seguindo uma orientação da Fendepol,
“Nos próximos dias estaremos divulgando os critérios sobre a eleição que faremos este ano. Nosso objetivo é criarmos a legitimidade”, disse o presidente do Sindepes, delegado Rodolfo Laterza. Após a eleição, a lista tríplice, segundo ele, será encaminhada a Paulo Hartung, que toma posse no dia 1º de janeiro de 2015.
O presidente da Fendepol, José Paulo Pires, tem percorrido todo o Brasil para defender mudanças estruturais nas Polícias Civis. Uma das sugestões é a eleição para a Chefia de Polícia Civil de todo o País:
“Estamos preparando as eleições em pelo menos 15 estados e o Espírito Santo é um deles. Estamos criando um fato político para em seguida apresentar um projeto de lei no Congresso Nacional para que a escolha do diretor-geral de Polícia ou do chefe das Polícias Civis seja feita pelos delegados. Ao final da votação, cada entidade local apresentará ao governador de seu Estado uma lista tríplice, com projeto de gestão de cada um dos três postulantes ao cargo, para que o governador faça a escolha final”, explicou José Paulo Pires.
A Fendepol definiu os critérios para quem desejar concorrer ao cargo de chefe de Polícia Civil. O candidato tem de ter no mínimo 10 anos de atividade como delegado ou estar na classe especial. Somente poderão concorrer delegados da ativa:
“Fizemos essas exigências, como a de ter no mínimo 10 anos como delegados, porque em muitos estados há delegados com 25 anos de atividade e que ainda não conseguiram chegar à classe especial por questões políticas. Aqui no Espírito Santo sabemos que há uma política de promoção, que pretendemos levar para outros estados como modelo”, disse José Paulo Pires.
Pelos critérios da Fendepol, o mandato do chefe de Polícia passa a ser de dois anos, como já acontece com os chefes do Ministério Público e Defensoria Pública. Atualmente, a eleição direta para chefe de Polícia Civil contempla Goiás e Distrito Federal. O Estado do Amazonas aprovou lei, mas o governo local não cumpre.